Especialista destaca a necessidade de maior conscientização e controle de fatores de risco
A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre as mulheres, superando inclusive o câncer de mama. No entanto, muitas ainda desconhecem os riscos e sintomas, o que pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento. A cardiologista do IgesDF, Dra. Alexandra Mesquita, reforça a importância do alerta e da prevenção.
“É um tema relativamente pouco
conhecido das próprias mulheres. Elas ainda não têm a percepção de que a
mortalidade feminina é causada, principalmente, pelas doenças cardiovasculares.
E é fundamental mudar essa realidade para reduzirmos a prevalência e a
mortalidade”, afirma a especialista.
Os fatores de risco clássicos, como
hipertensão, diabete, obesidade e tabagismo, devem ser rigidamente controlados,
lembrando que nas mulheres eles têm maior repercussão que nos homens. Existem
os fatores de risco cardiovascular próprios da mulher, como a Síndrome dos
Ovários Policísticos, Endometriose, Hipertensão da Gravidez, Pré-eclampsia,
Eclâmpsia, Parto prematuro, Bebê de baixo peso. Pacientes que apresentam
quaisquer destas alterações têm seu risco de infarto e AVC aumentado.
“A síndrome dos ovários policísticos, a
endometriose, alterações na tireoide, diabete gestacional e o parto prematuro
estão diretamente ligados ao aumento do risco cardiovascular. O cardiologista
precisa estar atento a esses fatores, pois eles impactam a saúde do coração da
mulher ao longo da vida”, explica a Dra. Alexandra Mesquita.
Outro grande problema é a demora no
atendimento. Muitas mulheres priorizam suas tarefas diárias e retardam sua ida
ao serviço médico. “Uma publicação europeia demonstrou que a mulher chega ao
serviço médico, cerca de 42’ após o início da dor, e já no serviço médico, pode
ser atendida até 37’ após, pois sua dor pode não ser tão característica como a
do homem: em aperto, irradiando para os braços, acompanhada de sudorese e
náuseas; a mulher pode apresentar infarto sem dor mais que os homens e quando
presente, a dor pode ser um desconforto torácico, uma dor no ombro nas costas
ou no estômago”, destaca a médica.
“As mulheres infartam e, muitas vezes,
nem percebem. Algumas são diagnosticadas erroneamente com crises de ansiedade e
são liberadas sem um exame mais aprofundado. Isso aumenta significativamente o
risco de morte”, alerta a especialista.
Outro dado preocupante é que a
intervenção médica ocorre com menor frequência em mulheres do que em homens, mesmo
quando os diagnósticos são idênticos. O tempo perdido no atendimento pode
significar a diferença entre a vida e a morte. “Músculo é tempo, e tempo é
músculo. Quanto mais demora para buscar atendimento, mais o coração sofre danos
irreversíveis”, enfatiza a especialista.
Dra. Alexandra também destaca a
necessidade de maior representação feminina em estudos científicos. “Por muito
tempo, acreditava-se que apenas os homens infartavam. Hoje sabemos que as
mulheres também estão em risco, mas os estudos ainda são majoritariamente
masculinos, dificultando a criação de protocolos específicos para o público
feminino”, lamenta.
No mês da mulher, o alerta é claro:
prevenir é essencial. Monitorar a pressão arterial, manter uma alimentação
saudável, praticar atividades físicas e buscar avaliação regular são passos
fundamentais para reduzir os índices alarmantes de doenças cardiovasculares
entre as mulheres. Afinal, a saúde do coração também é uma questão de gênero.
Iniciativa da CIPA reforça compromisso
com a segurança e bem-estar dos colaboradores
A segunda edição da Semana Interna de
Prevenção de Acidentes de Trabalho e Assédio (SIPAT) do PO700 reforçou a
prevenção de acidentes e assédio no ambiente profissional por meio de
atividades dinâmicas e interativas. Realizado entre os dias 11 e 14 de março na
unidade administrativa do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF
(IgesDF), o evento teve como tema "Saúde e Movimento no Trabalho".
O presidente da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA), Gilson Cosme, ressaltou que a SIPAT
vai além da prevenção de acidentes, promovendo o bem-estar e a qualidade de
vida dos trabalhadores. "A CIPA não se resume apenas à prevenção de
acidentes de trabalho, mas também ao cuidado integral com o colaborador.
Promover debates, dinâmicas e palestras como essa fortalece a cultura da
prevenção e mostra que a segurança no ambiente corporativo também está ligada à
saúde e à qualidade de vida", destacou Gilson.
Como parte da programação, a médica
cardiologista Dra. Alexandra Oliveira ministrou, no dia 12 de março, a palestra
"Saúde da Mulher". Durante sua apresentação, ela alertou sobre a
prevenção de doenças cardiovasculares e a necessidade de atenção especial à
saúde feminina, especialmente no ambiente de trabalho.
"É essencial que as mulheres
tenham consciência de sua saúde e realizem exames regularmente. Pequenas
mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença na prevenção de doenças
cardiovasculares e no bem-estar geral", ressaltou a especialista.
A palestra fez parte das ações
promovidas pela CIPA dentro da SIPAT, que, na semana anterior, realizou uma
série de atividades em comemoração à Semana da Mulher. Essas iniciativas estão
alinhadas com os valores e metas do IgesDF, que prioriza a melhoria contínua
dos processos e a valorização do bem-estar dos profissionais.
A vice-presidente da CIPA, Juliana von
Sperling, reforçou o impacto positivo da SIPAT na rotina dos colaboradores.
"O evento tem sido um sucesso, e as ações realizadas fazem diferença no
dia a dia dos colaboradores. Quanto mais conhecimento e prevenção trouxermos,
melhor será o ambiente de trabalho."
A colaboradora Janaína Picciani, que
acompanhou a palestra, compartilhou sua experiência. "Foi uma palestra
muito importante. Aprendi muito sobre como cuidar melhor da minha saúde e como
pequenas atitudes podem impactar positivamente minha qualidade de vida."