Você sabe o
que é "brain rot". Traduzindo é “cérebro apodrecido”. Um termo
aparentemente feio e estranho, que foi escolhido pela Universidade de Oxford
como a palavra de 2024.
E que ela
revela? Os efeitos do excesso de exposição a telas e informações, muitas vezes
irrelevantes, na saúde mental. Brain rot descreve o cansaço mental e a
"deterioração" do cérebro causado pela sobrecarga cognitiva na era
digital, uma exposição constante a informações de baixo valor e a falta de
pausas para o descanso mental.
O conceito
está diretamente relacionado à dificuldade de concentração e à diminuição da
capacidade de processamento do cérebro, sintomas cada vez mais comuns em uma
sociedade hiperconectada.
Ana Maria
Moura, médica neurocirurgiã, explica que a saturação de informações pode levar
à fadiga mental, dificuldade de concentração e até depressão. Esse desgaste
constante afeta a capacidade de processamento do cérebro, resultando em
estresse e perda de foco.
"O
consumo constante e excessivo de conteúdo sem uma pausa ou reflexão leva a um
cansaço mental profundo, resultando em dificuldade de concentração, aumento da
ansiedade e até transtornos mais graves, como depressão", alerta.
Pode haver
uma relação entre sobrecarga informativa e doenças como demência e Alzheimer?
Embora os estudos ainda estejam em andamento, especialistas acreditam que a
sobrecarga mental contínua possa contribuir para a aceleração de doenças
neurodegenerativas.
A
neurocirurgiã explica que o estresse crônico causado pela sobrecarga de informações
pode afetar áreas do cérebro relacionadas à memória e ao aprendizado.
"Nosso cérebro precisa de períodos de descanso, sono e reflexão para
fortalecer as conexões neurais. A falta desse equilíbrio pode estar associada
ao aumento do risco de doenças como Alzheimer", comenta.
Mas, como
ter um “cérebro sadio”? Confira as dicas da especialista:
Desconectar-se
regularmente de dispositivos, como celulares, computadores e TVs.
Priorizar
fontes de informação confiáveis.
Praticar
mindfulness (atenção plena, concentração no presente) e atividades cognitivas,
como leitura ou jogos que estimulem a memória e concentração.
Meditar,
fazer uma oração.
Praticar
regularmente atividades físicas, o que ajuda na função cognitiva e redução do
estresse.