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Substituição da gotinha contra poliomielite pela vacina injetável começa em 4 de novembro

A partir de 4 de novembro, as populares gotinhas usadas para prevenir a pólio serão substituídas por vacinas exclusivamente injetáveis | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

Mudança realizada pelo Ministério da Saúde é baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas e recomendações internacionais


Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

Nesta quinta-feira (24) é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. E para 2024 há uma novidade: a partir de 4 de novembro, as populares gotinhas deixarão de existir e a vacinação será exclusivamente injetável. A mudança realizada pelo Ministério da Saúde é baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais.

As duas doses em gotas da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) serão substituídas pela injeção, chamada de vacina inativada poliomielite (VIP). O novo esquema terá a seguinte ordem: a criança tomará a 1ª dose aos 2 meses; a 2ª dose, aos 4 meses; a 3ª, aos 6 meses; e a dose de reforço aos 15 meses de idade.

No DF, desde 28 de setembro, a Secretaria de Saúde (SES-DF) não aplica mais o reforço VOPb. Crianças de 15 meses a 4 anos e 11 meses que precisam tomar a dose devem comparecer às unidades básicas de saúde (UBSs) a partir de 4 de novembro para definir as datas de vacinação.

"A gotinha teve um papel fundamental no controle da pólio. Sua suspensão, contudo, não significa a aposentadoria do Zé Gotinha, que continua como o principal símbolo da saúde no país", ressalta a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Apesar do uso de vacinas injetáveis na prevenção à poliomielite, o Zé Gotinha continuará sendo principal símbolo do combate à doença | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Prevenção

Após a aplicação das três primeiras doses, o imunizante injetável confere quase 100% de proteção, com altos títulos de anticorpos. A vacina injetável carrega um conjunto de vírus inativados, facilitando a produção de anticorpos apenas com partículas do vírus, sem que ele esteja vivo. A nova proposta sugere menos doses e é indicada também a crianças imunocomprometidas.

De acordo com a gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, a imunização é o meio mais eficaz contra a poliomielite. "A vacina protege. É uma doença que está eliminada do nosso território, das Américas, mas não do mundo. Por isso, precisamos que as crianças estejam protegidas para que a pólio não retorne. É extremamente importante que os pais mantenham o cartão vacinal infantil atualizado", destaca.

"A gotinha teve um papel fundamental no controle da pólio", afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

Consenso

No Brasil, a substituição pela vacina injetável contra a poliomielite foi amplamente discutida em reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI) e recebeu aval do colegiado. A decisão contou com participação de representantes de sociedades científicas e dos conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), e também teve acompanhamento das Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Poliomielite

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes (tosse, espirro, fala). Em casos mais graves, pode ocasionar paralisia dos membros inferiores.

O Brasil não detecta casos de poliomielite pelo vírus selvagem desde 1989. No DF, a doença não é registrada desde 1987. Ainda assim, o desafio é impedir a reintrodução da enfermidade no país.

*Com informações da Secretaria de Saúde

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