Cirurgias, implantes ou medicamentos: especialista fala sobre como tratar a epilepsia

De acordo com o neurologista do Instituto Neurológico de Goiânia, Francisco Arruda, medicamentos antiepiléticos podem reduzir em até 70% as crise epilépticas


Foto de Ksenia Yakovleva na Unsplash


A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada pela hiperatividade anormal dos neurônios, células cerebrais que se comunicam por conexões elétricas. Esse mal funcionamento, ou curto-circuito, pode provocar sinais e sintomas imediatos como abalos musculares generalizados e salivação excessiva, conhecidos como crises epilépticas. Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo sofrem de epilepsia. No Brasil, estima-se que essa condição atinge cerca de 2% da população.

De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia, Dr. Francisco Arruda, a epilepsia pode atingir pessoas de qualquer gênero ou idade, sendo mais comum em crianças e em pessoas de idade mais avançadas. As causas para essa condição são variadas. “Qualquer patologia que resulte em lesão cerebral pode levar a epilepsia”, explica Arruda, que cita problemas congênitos, e aqueles relacionados a condições de sofrimento no parto (anoxia neonatal), traumatismo, acidente vascular cerebral (AVC) ou infecções como meningites, ou neurocisticercose como causadores da epilepsia.

Arruda explica que as pessoas com epilepsia, exceto nos momentos de crise, vivem uma vida normal não necessitando de cuidados especiais além do uso de medicamentos antiepiléticos e anticonvulsivantes. Já nos casos em que o paciente entra em crise, recomenda-se que tente colocar o paciente de lado para evitar o sufocamento com a secreção salivar produzida durante os ataques epiléticos.

Embora o tratamento com medicamentos seja eficiente para controlar a manifestação das crises epiléticas, reduzindo-as em até 70%, há casos mais graves, em que os medicamentos não funcionam, alerta o especialista. Nesses casos, o médico vai avaliar a adoção de outros tratamentos como cirurgia de epilepsia, dieta cetogênica, implante de estimulador vagal ou outras opções tecnológicas, esclarece o especialista. 



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