Aumento de casos de sarampo acende alerta para prevenção da doença

Foto: Paulo H. Carvalho

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, houve surto da doença infecciosa aguda em 51 países, contra 32 em 2022


Por Daniella Cambaúva - Agência Gov, com informações do Ministério da Saúde

Com a escalada de casos de sarampo em todo o mundo, a população brasileira deve ficar em alerta para a prevenção da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), grandes surtos da doença foram registrados em 32 países em 2022, número que subiu para 51 em 2023.

No Brasil, o sarampo já esteve na lista das doenças erradicadas do território nacional, em 2016, quando chegou a receber o certificado de eliminação da enfermidade pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Três anos depois, o País perdeu esse status. Segundo o Ministério da Saúde, isto aconteceu porque houve reintrodução do vírus no território nacional e a confirmação de novos casos.

Agora, uma das metas do Governo Federal é conseguir novamente essa certificação e eliminar a circulação dessa doença infecciosa grave que pode ser fatal, principalmente em crianças, além de causar complicações como pneumonia, encefalite, convulsões, e, em alguns casos, deixar danos cerebrais permanentes.

Entenda abaixo os riscos, tratamentos e medidas preventivas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde para evitar a doença.

O que é sarampo

É uma doença infecciosa considerada grave, causada pelo vírus Morbillivirus. O grupo mais afetado é composto por crianças menores de cinco anos de idade e adultos maiores de 20, pessoas desnutridas ou imunossuprimidas. É considerada grave por conta das altas taxas de hospitalização e porque pode levar à morte. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

Quais são os sintomas do sarampo

Os principais sinais do sarampo são manchas vermelhas no corpo (exantema) e febre alta (acima de 38,5°), acompanhada de uma ou mais das seguintes características: tosse seca; irritação nos olhos (conjuntivite); nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.

De acordo com o Ministério da Saúde, em torno de três a cinco dias é comum aparecerem manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, espalham-se pelo restante do corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.

Em caso de suspeitas, a recomendação é procurar pela unidade de saúde mais próxima de sua residência.

Quais são as formas de contágio do sarampo

A transmissão acontece quando a pessoa com o vírus tosse, fala, espirra ou respira perto de outras. Isto porque as pequenas gotas de saliva contaminadas entram pelo organismo através das mucosas, especialmente do nariz e da boca.

Como prevenir o sarampo

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é com a vacinação. Isto porque a pessoa com o vírus pode transmitir a doença antes mesmo de saber do diagnóstico. O período de transmissão pode ocorrer em até seis dias antes de os sintomas aparecerem, e até quatro dias depois. Após o contato com alguém doente, se houver contaminação, os sintomas podem aparecer entre sete e 18 dias.

O Ministério da Saúde informa que os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente e levam em conta: características clínicas da doença, idade, adoecimento por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos. A imunização do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

Por ser uma doença de alta transmissibilidade, existem outras formas de evitar a propagação, entre elas, o isolamento de casos suspeitos e confirmados, principalmente, afastando-as temporariamente de pessoas mais vulneráveis à infecção, como crianças pequenas e mulheres grávidas.

Além disso, para evitar a disseminação do vírus, é importante realizar a limpeza regular de superfícies; cobrir a boca ao tossir ou espirrar, usar lenços descartáveis e higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel.

Quais são as vacinas contra sarampo disponíveis no SUS

Os tipos de vacinas são a Dupla viral, que protege do vírus do sarampo e da rubéola e pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; Tríplice viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; e a Tetra viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela, a catapora.

No Brasil, as três estão disponíveis gratuitamente no sistema público de saúde e são aplicadas no calendário regular do Plano Nacional de Imunização (PNI). Para tomar a vacina, basta procurar por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com um documento de identidade com foto e a carteirinha de vacinação.

Como é feito o diagnóstico do sarampo

O diagnóstico do sarampo pode ser clínico, isto é, por meio da análise dos sinais e dos sintomas, e por exame laboratorial, por sorologia (amostra de sangue), e biologia molecular (amostras de secreção de orofaringe, nasofaringe, urina).

Como é o tratamentos do sarampo

Não existe terapia específica para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. O Ministério da Saúde recomenda não fazer uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procurar o serviço de saúde mais próximo.

Usar antibióticos, por ser uma doença viral, é contraindicado, por exemplo. Exceto se houver indicação médica, caso haja outras infecções secundárias. É importante manter a hidratação, o suporte nutricional e monitorar a febre.

Por que novos casos surgiram

Segundo o Ministério da Saúde, é porque houve uma baixa na taxa de vacinação contra a doença. A queda ocorreu, em grande parte, pelas dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e pelo crescimento do movimento antivacina.

Segundo a pasta, a vacinação é a melhor defesa contra o sarampo. Crianças não vacinadas contribuem para a disseminação da doença na comunidade, afetando também outros indivíduos mais vulneráveis, como bebês que ainda não podem se vacinar e pessoas imunossuprimidas (com algum tipo de deficiência imunológica).

A eficiência do imunizante é reconhecida, comprovada e pode durar a vida toda. Vale lembrar que, ao longo da história, imunizantes conseguiram erradicar ou eliminar diversas doenças e salvar milhares de vidas. É a ciência trabalhando a favor da saúde.


Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica, especializado em Tecnologia da Informação e Comunicação. Atualmente, é Editor-Chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Possui ampla experiência como jornalista e diagramador, com registro profissional DRT 10580/DF. https://etormann.tk | https://atualidadepolitica.com.br

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