Médico
hematologista do Hemolabor, Paulo Vittor Peres, alerta que o diagnóstico
precoce aumenta as chances de cura da doença
A leucemia é o câncer mais frequente
entre o público infanto-juvenil, e a Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no
Brasil, lançada recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que o
País tenha entre 2023 e 2025 mais de 11 mil casos deste tipo. O movimento
Fevereiro Laranja surgiu com o intuito de alertar a população sobre os sinais e
a importância do diagnóstico precoce. O médico
hematologista do Hemolabor e Membro titular da Associação Brasileira de
Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Paulo Vittor Peres, esclarece
que no caso do acometimento em crianças, o diagnóstico costuma demorar um pouco
mais.
“Geralmente os sintomas da leucemia
em crianças são parecidos com a doenças próprias da infância, como febre, perda
de peso, cansaço, vômitos, aumento do volume abdominal, tosse, dor de cabeça, o
que pode dificultar o diagnóstico precoce. Então a orientação é levar ao
pediatra e iniciar a investigação o mais rápido possível. Mesmo que o
profissional não identifique a doença inicialmente, é importante fazer o
acompanhamento, já que provavelmente os sintomas vão permanecer”.
Porém, o especialista explica que a leucemia pode acometer
qualquer faixa etária, sendo que alguns
tipos são mais comuns na infância (LLA) e outros na população mais
velha. “A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente,
de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células
doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Pode
apresentar os seguintes sinais: anemia, diminuição dos leucócitos, ou seja, da imunidade,
diminuição de plaquetas, aparecimento de ínguas. Os sintomas mais comuns são
cansaço fácil, falta de ar, sonolência, fraqueza, febre, perda de peso
inexplicada, sangramentos, manchas roxas na pele, entre outros”.
Para o diagnóstico, o hemograma é o
exame indicado para avaliar as condições em que se encontram as várias
séries do sangue. Caso existam alterações indicativas da doença, o mielograma
permite a análise direta do local afetado para identificar o tipo de célula
anormal que impede a fabricação dos outros elementos do sangue. Também são
feitos estudos genéticos, como o cariótipo (análise dos cromossomos) e pesquisa
de mutações no DNA. No caso das leucemias crônicas, alguns casos podem ser
diagnosticados em um exame de sangue de rotina.
Por isso é importante ficar atento
aos sintomas e buscar atendimento médico o mais rápido possível. “O tratamento
vai depender de cada caso, mas geralmente são indicadas quimioterapias e
transplante de medula em alguns casos. A campanha Fevereiro Laranja tem esse
papel de alertar as pessoas sobre os principais sintomas e a importância do
acompanhamento com especialista. Assim como a maioria dos cânceres, o
diagnóstico precoce aumenta as chances de cura”.