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Campanha de vacinação contra aftosa e raiva já começou em Goiás

Em Goiás, a previsão é vacinar 24 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos contra a aftosa. A declaração dos animais vacinados é obrigatória



A partir de hoje (1º) e até o dia 30 deste mês, os pecuaristas goianos devem vacinar bovinos e bubalinos de todas as idades contra a febre aftosa. A venda de vacinas começou na última sexta-feira e segue liberada até 30 de novembro. O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Essado, reforça o apelo para que os criadores vacinem seus animais como forma de garantir a sanidade do rebanho.

“Esta etapa de novembro é a última a ser realizada em Goiás no que se refere à aftosa. Isso porque nos últimos anos todas as medidas sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foram cumpridas”, enfatiza Essado. Ele destaca também que os criadores goianos têm sido parceiros do poder público, sempre atendendo as normas do Serviço Veterinário Oficial no sentido de manter o rebanho goiano em boas condições sanitárias.

Além da vacinação contra a aftosa, os pecuaristas precisam imunizar os bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos também contra a raiva dos herbívoros em 121 municípios considerados de alto risco para a doença. É o que prevê a Portaria Agrodefesa nº 472/2022, que alinha as diretrizes para a vacinação contra aftosa e raiva, e pode ser consultada em https://sidago.agrodefesa.go.gov.br/site/adicionaisproprios/protocolo/arquivos/1990862.pdf

Declaração de vacinação
Tão importante quanto vacinar é fazer a declaração, que é obrigatória. As declarações já podem ser feitas a partir de hoje (1º/11) logo após os animais serem vacinados, tanto contra aftosa quanto contra a raiva, mas o prazo vai até dia 9 de dezembro de 2022, ou seja, sete dias úteis após a conclusão da etapa. Além dos animais vacinados, os pecuaristas precisam declarar também todos os animais existentes nas propriedades, por espécie.

A declaração de vacinação deve ser feita obrigatoriamente por via eletrônica no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). Para isso, os produtores devem ter login e senha do Sistema, que podem ser obtidos no ícone Sidago no site da Agrodefesa (www.agrodefesa.go.gov,br). Os criadores podem obter mais informações nos escritórios locais e regionais da Agência.

Não serão aceitas declarações de vacinação encaminhadas à Agrodefesa via e-mail, via fax ou via Correios, sendo que eventuais inconsistências quanto ao lançamento da declaração da vacinação e do rebanho, via internet ou sob a forma impressa, deverão ser verificadas diretamente pelo produtor na Unidade Local da Agrodefesa do município onde se localiza a propriedade.

Começou no dia primeiro de novembro a segunda etapa da vacinação contra a febre aftosa no Brasil. E para que a imunização seja bem sucedida, é necessário fazer um planejamento prévio para que se otimize o tempo dedicado ao manejo, melhore o aproveitamento das vacinas e, em consequência, evite as perdas financeiras.

A atual fase termina no próximo dia 30 e quem ainda não vacinou todo o rebanho ainda pode seguir as dicas do médico veterinário Renato dos Santos, consultor de Bem-estar Animal e Manejo Racional da Beckhauser, empresa que desenvolve e industrializa soluções para o manejo racional de bovinos

Imunize o animal contido

O ideal é vacinar o animal em área de contenção, trazendo menos estresse para o animal e mais conforto para o produtor 

O manejo de vacinação no equipamento de contenção, diferentemente do que se pensa, leva o mesmo tempo que no brete coletivo, além de ser mais eficiente e barato. A conclusão é do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (ETCO), da Universidade Estadual Paulista (Unesp – campus Jaboticabal).

Conforme um estudo feito por esse grupo, o tempo médio gasto para vacinação no tronco é menor que o gasto no brete (9,3 segundos contra 10,2 segundos por animal). No brete, as interrupções para socorrer acidentes, como levantar animais que caíram, acabam prolongando o tempo de trabalho.

“Quando vacinamos o animal individualmente, no equipamento de contenção e não no tronco coletivo, deixamos o manejo mais rápido, fácil e com menor estresse para o homem e para o animal. Na contenção adequada, conseguimos reduzir as probabilidades dos animais subirem uns nos outros, deitarem, pularem e ainda temos a certeza que imunizamos de maneira correta, sem subdoses ou superdoses”, informa Santos.

Siga conceitos do bem-estar animal e manejo racional
De acordo com o médico veterinário, a vacinação é um manejo aversivo e ainda encarada de forma negativa. “Por isso, devemos fazer de maneira racional e com toda certeza de que trará ganhos diretos, diminuição na perda de doses, número menor de agulhas tortas, redução de abscessos, menor índice de acidente de trabalho e com os animais, além da eficácia da imunização.”

“A condução dos animais até o curral deve sempre ser realizada com calma, sem correrias ou gritos. Pois, sob estresse, o bovino produz hormônios, como cortisol, que têm consequências fisiológicas que fazem com que o animal tenha menor probabilidade de reagir imunologicamente à vacina ou a um vermífugo”, destaca o especialista.

Planeje-se para levar o rebanho ao curral
Quando o pasto for distante do curral, diz Santos, os animais devem ser conduzidos na tarde anterior, deixando-os passar a noite no pasto próximo ao curral. “O ideal é que o pasto tenha água, sombra e cocho para proporcionar pequenas quantidades de alimento que acostumem os animais a irem ao curral.”

“Use sempre um vaqueiro a frente do rebanho, usando um aboio para chamar os animais. Nunca utilize objetos pontiagudos, muito menos choque.”

Mantenha as vacinas refrigeradas e não congeladas


Frasco de vacina deve ser conservado no gelo, em temperatura de 2ºC a 8ºC, desde sua aquisição até o momento da aplicação. Fotos: Pedro Santos.

Para garantir uma vacinação eficiente, o médico veterinário orienta o pecuarista a adquirir as vacinas somente em lojas autorizadas.

“Nunca deixe-a congelada. O frasco deve ser conservado no gelo, na temperatura de 2ºC a 8ºC, desde sua aquisição até o momento da aplicação, para preservar sua qualidade e produzir os efeitos protetores desejáveis.”

Santos ainda ressalta que o produtor deve ter cautela com os equipamentos utilizados na vacinação, mantendo-os sempre limpos como forma de evitar contaminações e reações indesejáveis no local de aplicação da vacina.

Aplique a vacina no local correto
Uma das preocupações dos produtores, conforme Santos, é a reação vacinal. “O diluente da vacina é por si só um produto que causa irritação no local de aplicação. Por isso, é preciso estar atento”, diz.

“A vacinação precisa ser feita de maneira correta, na região indicada – tábua do pescoço – e com agulha certa, tanto no comprimento quanto na espessura e sem a conhecida pressa”, orienta o médico veterinário.


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