Militantes de Aleomar Rezende (MDB), candidato a prefeito de Mineiros, agridem verbalmente popular que se manifestava contra o candidato
Em ação feita no centro da cidade, em frente à Caixa Econômica Federal, um homem sentado tinha sobre a mesa vários processos de dívidas impressos do candidato e um cartaz com a seguinte frase: “Quem quebra empresa não pode ser prefeito. Me prove o contrário”.
A ação aconteceu em um dos pontos mais movimentados de Mineiros, na manhã de 30 de outubro, e atraiu o público. Minutos depois de o homem iniciar seu protesto, a presidente do Partido Social Liberal (PSL) de Mineiros, Suely Ferreira, que é membro da coligação de Aleomar, chegou ao local com cerca de três pessoas e agrediu verbalmente o senhor, que não quis se identificar. Além disso, jogou todos os processos no chão.
Populares que passavam pelo local apoiaram o homem e cobraram explicações de Suely, que admitiu o fato. Em seguida, mais apoiadores de Aleomar chegaram na tentativa de intimidar a ação e impedir que a população local tivesse acesso aos documentos que provam as dívidas do candidato. “Sim, foi eu mesma que joguei. Isso aqui é uma vergonha. Não tem processo nenhum não”, gritava a presidente do partido.
Suely Ferreira é presidente do PSL de Mineiros e uma das principais militantes de Aleomar Rezende nas redes sociais. Ela é conhecida pelos ataques contra adversários políticos e já foi processada por crimes de injúria e difamação.
Intimidado e com medo de retaliações, o manifestante deixou o local. “Essa senhora e esses outros apoiadores do Aleomar são agressivos. Eles perseguem mesmo, mas eu não me intimido, a gente tem que mostrar a verdade desse candidato que quer ser prefeito. Não tem lógica, quem quebra empresa não pode ser prefeito”, disse o homem após deixar o local.
Processos de Aleomar Rezende
Os documentos dos quais o manifestante evidenciava à população tratam-se de dívidas do candidato a prefeito, apontado como devedor em processos previdenciários e tributários, principalmente no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Tribunal Regional Federal (TRF) e Secretaria da Fazenda (Sefaz).
Em apuração de sonegação de impostos, os processos junto à Receita totalizam um saldo devedor que chega a R$ 933 mil. Em outros avulsos, a União cobra de Aleomar mais de R$ 369 mil. Sem contar que um dos documentos revela que o prefeitável é citado em operação da Lava-Jato de 2015.
No início de outubro, com o objetivo de esconder dívidas da Prefeitura, o candidato recorreu à Justiça Eleitoral. No entanto, o Ministério Público Eleitoral emitiu relatório desfavorável por entender que os fatos são verdade e não caracterizam segredos de justiça. Na sentença é ressaltada ainda crítica aos empréstimos contraídos pelo município, quando Aleomar ocupou a gestão, sendo fato público e notório.
Conforme apontado pelo MPE, as críticas por dívidas pessoais, sonegações tributárias, endividamento do município e gestão de empresas evidenciam discussão sobre a capacidade de governar e a probidade do candidato. Na sentença, o juiz apontou que esses são assuntos de interesse público e grande relevância para a decisão dos eleitores sobre o futuro de Mineiros.
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Cyro de Melo
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