Ministro que caiu por corrupção, Lupi não conseguiu explicar à Comissão de Ética da Presidência da República as denúncias no ministério
Embora tenha recebido apoio da presidente Dilma Rousseff a princípio, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se viu envolvido em denúncias de desvio de dinheiro em esquema parecido com o que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva e saiu após perder o apoio do partido e entrar em rota de colisão com o PT. Lupi chegou a ir ao Congresso mas não conseguiu explicar à Comissão de Ética os casos de cobrança de propina na Pasta e, antecipando-se ao gesto presidencial, apresentou a carta de demissão.
Segundo denúncias, assessores de Lupi cobrariam propina de 5% a 15% de ONGscontratadas para oferecerem cursos de capacitação. Mal as denúncias foram publicadas, Lupi determinou a abertura de uma investigação interna e afastou o coordenador-geral de qualificação do Ministério, Anderson Alexandre dos Santos.
Essa não é a primeiro polêmica em que o ministro se envolve desde o início da gestão Dilma. Na votação pelo salário mínimo, o partido de Lupi não votou em consenso com o governo e, na ocasião, o ministro minimizou a votação dos dissidentes que votaram a favor de R$ 560 (valor pedido pela oposição) contra o governo (que defendia R$ 545). “O PDT tem o D de Democracia: 16 votaram pelo governo e nove preferiram votar por R$ 560, mas não se pode dizer que alguém saiu vitorioso, pois temos de ter a grandeza de entender que deputados também têm seus direitos.”